File:Elucidário Madeirense, primeiro volume, Diário de Notícias do Funchal, 7 de janeiro de 1923 - Image 215169.jpg

Notícia de estar à venda o Elucidário Madeirense, primeiro "volume.

Padre Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, obra destinada a comemorar o V Centenário do Descobrimento da Madeira, obra mandada publicar pela Junta Geral do distrito.
Funchal, Tipografia Esperança, 1921, ilha da Madeira.
Diário de Notícias, n.º 14.609, direção de Ciríaco de Brito Nóbrega (1856-1928), Funchal, 7 de janeiro de 1923, p. 2
Levantamento de Rui Carita e Orlando Ornelas para a monografia Alexandre da Cunha Teles (1891-1936), 2022.

Padre Fernando Augusto da Silva (Santa Maria Maior, 29 set. 1863; Funchal, 18 out. 1949) era filho de Fernando Augusto da Silva e de D. Joana Augusta de Freitas da Silva, tendo cursado o liceu e o seminário do Funchal, ordenando-se presbítero em 1888. Notabilizado, especialmente, como pároco de Santo António, foi um historiador com vasta obra publicada, com destaque para o Elucidário Madeirense, escrito de parceria com Carlos Azevedo de Meneses (1863-1928) e outros autores, com larga colaboração em muitos jornais e revistas, tal como foi professor efetivo, aposentado, da Escola Industrial e Comercial António Augusto de Aguiar, do Funchal . Foi igualmente um notável e aguerrido político, integrando como procurador a Junta Geral, presidente da Comissão da Santa Casa da Misericórdia e por duas vezes a vereação da Câmara do Funchal. O então diretor do Diário da Madeira, major João dos Reis Gomes (1869-1950), lançou o repto para essas celebrações em 1921, numa ideia que já vinha do anterior, de 1918, quando se encomendou a estátua de Zarco ao escultor madeirense Francisco Franco (1885-1955), comemorações que começaram no dia 16 de dezembro de 1922, com a discussão das Bases da Autonomia e, depois, oficialmente, a 29, entre outras, com o lançamento da primeira pedra da futura estátua de Zarco, apresentação do primeiro volume do Elucidário e terminaram a 4 de janeiro de 1923, com um cortejo histórico. Os festejos englobaram uma grande diversidade de iniciativas: celebrações religiosas, feiras, récitas, romagens ao túmulo de Gonçalves Zarco, exposições, jogos hípicos, cortejos, fogo de artifício, iluminação e decoração da cidade. Foi também publicado um opúsculo intitulado “Quinto Centenário do Descobrimento da Madeira”, coordenado pelo padre Fernando Augusto da Silva (1863-1949) e assinado por vários autores, no qual se publicaram igualmente as Bases da Autonomia.