File:Octeto Passos Freitas, Funchal, 12 de maio de 1912 - Image 172350.jpg

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Octeto Passos Freitas

Dr. Manuel dos Passos Freitas (1872-1952), regente; Luiz Pinheiro, Francisco Bento de Gouveia, Alberto de Veiga Pestana, Leonel Gomes d’Oliveira, João Estevam Teixeira de Faria e José Bruno de Freitas Pestana, bandolins; Eduardo Teixeira de Souza, bandoleta; Luiz Crawford do Nascimento e Anselmo de Freitas Serrão, violas; Honorato Ramon Rodrigues, contrabaixo; Amadeu Pinto de Lemos, bandoloncelo; e, Raul de França Dória, mandola.

Fotografia Vicentes de 12 de maio de 1912 (VIC 20249), Funchal, ilha da Madeira.

Manuel dos Passos Freitas (Calheta, 03/03/1872 – 20/04/1952) Advogado, proprietário, bandolinista, regente musical e secretário da Associação Comercial do Funchal destacou-se pela fundação e direção artística do grupo musical Dr. Passos Freitas e do Orfeão Madeirense. Foi igualmente uma personalidade de relevo na difusão do bandolim na Madeira e na promoção de um repertório musical clássico, que se distinguia da música ligeira de teatro que dominava a prática musical na sua época. Natural do concelho da Calheta, Manuel dos Passos Freitas (1872-1952) destacou-se no domínio musical pela sua liderança e capacidade de organização, tendo fundado e dirigido dois grupos musicais com uma longevidade pouco habitual na Madeira: os acima citados grupo musical Dr. Passos Freitas, com atividade entre cerca de 1906 e 1960, e o grupo de canto coral Orfeão Madeirense, instituição que se apresentou pela primeira vez em público no dia 7 de julho de 1921, na altura com cerca de 90 cantores, e que ainda hoje subsiste. A data de 1906 para o início de atividade do grupo de bandolins é avançada por Luís Peter Clode, no seu Registo Bio-bibliográfico de Madeirenses, mas não foi possível confirmar-lhe a veracidade. Sabe-se, no entanto, que em 1912, o grupo deslocou-se ao estúdio de fotografia Vicentes, subsistindo essa foto até aos nossos dias, e que no Diário de Notícias, de 20 de novembro de 1913, o grupo musical “Passos Freitas”, era já considerado «sobejamente conhecido».
A inspiração para a criação destes agrupamentos surgiu possivelmente em Coimbra, na altura em que frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou. Nesta etapa da sua vida académica, Manuel dos Passos Freitas integrou a Tuna Académica e o Orfeão da Universidade de Coimbra, experiências musicais que possivelmente terão servido de referência para o grupo de musical Dr. Passos Freitas e para o Orfeão Madeirense.
Na década de 1910, o grupo de bandolins do Dr. Passos Freitas teve uma atividade relativamente intensa, apresentando-se em diversos espaços do Funchal – o Casino Pavão, o Teatro Dr. Manuel Arriaga e o Monte Palace Hotel, entre outros – e realizando uma excursão a Canárias (1914), onde protagonizaram concertos de beneficência para algumas casas de caridade locais. Na altura, o Diário de Notícias, de 1 de maio de 1914, noticiava que o Grupo era constituído por Dr. Manuel dos Passos Freitas, regente; Luiz Pinheiro, Francisco Bento de Gouveia, Alberto de Veiga Pestana, Leonel Gomes d’Oliveira, João Estevam Teixeira de Faria e José Bruno de Freitas Pestana, bandolins; Eduardo Teixeira de Souza, bandoleta; Luiz Crawford do Nascimento e Anselmo de Freitas Serrão, violas; Ramon Rodrigues, contrabaixo; Amadeu Pinto de Lemos, bandoloncelo; e, Raul de França Dória, mandola.
O grupo musical Dr. Passos Freitas alcançou também enorme sucesso nas ilhas Canárias, onde se deslocou por duas vezes. Na segunda deslocação ao arquipélago espanhol, o grupo de bandolins madeirense foi acompanhado pelo Orfeão Madeirense e apresentou-se em Tenerife, com vários concertos. No seio do grupo musical de bandolins surgiu, provavelmente em 1915, um pequeno núcleo de músicos com o propósito de tocar mais assiduamente e num maior número de situações. Assim, um conjunto mais restrito de músicos, chefiados por Fernando Clairouin (1897-1962), executante de viola surge com o nome do Dr. Manuel Passos de Freitas, como forma de homenagem ao músico-advogado a quem deviam a formação e a melhoria das competências musicais. Este pequeno grupo musical acabou por ter maior projeção e fama que o grupo original, sendo em 1951 considerado, num artigo do Diário de Notícias, de 28 de setembro, «sem contestação, o grupo madeirense que maior renome tem alcançado além-fronteiras». Este grupo teve várias formações no decorrer da sua longa existência – foi quinteto, sexteto, septeto, octeto… – e ficou famoso, principalmente pelos discos que gravou para a His Master’s Voice, numa viagem que realizou a Londres, em 1928. Segundo o mesmo artigo do Diário de Notícias, as músicas gravadas pelo grupo faziam parte de «programas das emissoras da Europa, da Austrália, da América, do Brasil e de outras paragens longínquas».
A criação deste grupo de bandolins e particularmente o repertório de cariz erudito, que cultivava, levaram a que o músico-advogado fosse considerado pelo articulista Fonseca Duarte, na publicação Ilustração Madeirense (Outubro de 1930), como o «precursor do verdadeiro movimento musical», na Madeira. O gosto, no primeiro quartel do século XX, era dominado pelo culto da cançoneta das operetas ligeiras e dos teatros de revista, tendo Manuel dos Passos Freitas procurado desenvolver o gosto pelos grandes compositores e pela música instrumental da tradição erudita ocidental, nomeadamente daqueles que se dedicavam à música para bandolim. Segundo Fonseca Duarte, no referido periódico, apesar de «não haver rua [no Funchal] onde não se ouça piano [..], o repertório escolhido era acentuadamente caracterizado pelo mau gosto». Assim, os programas de concerto eram constituídos por géneros e autores da tradição erudita ocidental, tais como C. Galanti, Arturo De Bassi (1890-1950) ou M. Bassi, J. P. Vincent, Henry Bert, Schnëcklud, A. Radoux, E. Bucheron, Joseph Sgallari; Raul de Campos (1883-1947) e Ruy Coelho (1889-1986) e Condessa O de Lys.
A qualidade musical dos grupos liderados pelo Dr. Passos Freitas não foi apenas constatada por Fonseca Duarte. No Elucidário Madeirense ficou bem patente que entre «os vários grupos musicais [do Funchal] destaca-se o que é dirigido pelo Dr. Manuel dos Passos Freitas, advogado e músico distintíssimo». O Diário de Notícias, de 11 de fevereiro de 1915, referia-se ao músico como um «digno e incansável regente» com «um temperamento artístico por excelência, que vive para a arte».
Bibliografia: CLODE, Luiz Peter (1983), Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses Sécs XIX e XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal; ESTEIREIRO, Paulo (2008), “Manuel dos Passos Freitas”, 50 Histórias de Músicos na Madeira, Funchal, Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística; FREITAS, Manuel Pedro S. (2008); “Grupos Musicais Madeirenses entre 1850 e 1974”, A Madeira e a Música: Estudos [c. 1508-c.1974], Manuel Morais (coord.). Funchal: Empresa Municipal “Funchal 500 Anos”, pp. 394-505; MELO, Luís Francisco de Sousa, CARITA, Rui (1988), 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias: 11 de Março 1888-1988, Funchal, Câmara Municipal. Periódicos consultados: Diário de Notícias; Jornal da Madeira. (Paulo Esteireiro)

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Source Arquipelagos (consultar ficha)
Author
Photographia "Vicente"   
 
Photographia "Vicente"
Description Portuguese photographer
Location of birth Funchal
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